segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"O que acontece quando uma força irrefreável encontra um objeto intransponível?"

Domingo de tarde fria e preguiçosa, nada melhor que um filminho água com açúcar na TV pra continuar em ritmo lento, só esperando a segunda chegar. Ali estava (assistindo "Imagine eu e você") quando um dos personagens, uma menininha fofa, surge com essa pergunta: “O que acontece quando uma força irrefreável encontra um objeto intransponível?”.

Fiquei pensando, não apenas na resposta, mas em exemplos práticos dessa questão e, claro, meu “sossego dominical” acabou.

Acredito que cada pessoa seja capaz de imaginar várias situações em que esse embate ocorra, seja na física, na filosofia, na religião. Eu sou capaz de ilustrar apenas um: o emocional.

Existiria, afinal, força mais impossível de conter do que a paixão ou o amor?

Como subjugar algo que arde, descontrola e enlouquece, ao mesmo tempo que acalma, acalenta e enobrece? E por que desejar fazê-lo?

Mas há quem ignore, negue ou dissimule suas paixões. E é aí que surgem os tais objetos intransponíveis.

Não pode existir amor, paixão, desejo se a pessoa amada coloca limites intransponíveis.

Para a paixão florescer ela precisa de terreno fértil, não de muros.

E haverá muro maior do que o medo de amar, de ser amado, de viver uma paixão avassaladora?

Amor e medo, entrega e contenção, não podem existir juntos, não há espaço. Um arrebata, outro freia.

Aí voltamos à questão: o que acontece quando uma força irrefreável encontra um objeto intransponível?

Pra mim a resposta é única: NADA!

A presença de um implica, necessariamente, na ausência do outro. Quando o ser amado coloca limites intransponíveis, não há como o amor existir.

Assim, deixo os limites intransponíveis pra quem gosta deles. E sigo meu caminho amando, porque como bem disse Vinícius de Moraes, “a vida só se dá pra quem se deu, pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu”. Eu quero amar e viver... “irrefreavelmente”.

2 comentários:

  1. Olá Erika,

    Estava procurando exatamente a frase desse título pois já havia lido ela em uma história em quadrinhos a anossss atrás, e acabei caindo no seu blog. Li tudo que você escreveu sobre, achei MUITO legal, e nos faz filosofar um pouco sobre o assunto.

    Ajudou em muito o MEU domingo de tarde fria e preguiçosa, pois precisava escrever um artigo em meu site sobre um evento de luta que aconteceu ontem. Engraçado, quando não temos nada para fazer no domingo, queremos fazer algo, e quando temos que fazer algo, acabamos querendo ficar a toa. Taí minha filosofia sobre esse assunto.

    Desejo tudo de bom prá vc, um feliz 2011 e que muitas pessoas encontrem as suas palavras também.

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  2. Eu também li a história e depois de muito pensar só cheguei a uma única conclusão: Eles se repelem!

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